Educação
física
3º Conteúdo 3º trimestre
Mayara Campos Rodrigues
Professora de Educação Física
Colégio Militar da Policia Militar
“Marcantonio Vilaça II”
9ª ANO
ESPORTE
ADAPTADO
O
esporte adaptado foi idealizado pelo médico inglês Sir Ludwing Guttmann,
neurologista e neurocirurgião, no ano de 1944. Ludwing desenvolvia suas
atividades profissionais no centro de lesados medulares do Hospital de Stoke
Mandeville e desenvolveu um programa de recuperação para seus pacientes
envolvendo uma série de modalidades desportivas.
A
prática de modalidades esportivas adaptadas no Brasil teve início após o ano de
1950, onde o carioca Robson Sampaio de Almeida fundou o clube do otimismo e o
paulista Sérgio Serafim Del Grande fundou o clube dos paraplégicos. Os mesmos
tornaram-se deficientes físicos em acidentes e procuraram reabilitação nos
Estados Unidos. E, após a participação em diversas modalidades esportivas como
parte integrante do programa de recuperação, retornaram ao Brasil e fundaram
instituições com o objetivo de auxiliar a recuperação de outros deficientes.
A
prática regular de um programa de exercícios físicos ou prática esportiva por
pessoas com deficiência física pode ter três objetivos distintos: lazer,
competição ou terapêutico. Pode proporcionar a oportunidade de testar seus
limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua
deficiência, além de outros benefícios como:
·
Estimular
a independência e autonomia;
·
Socialização
com outros grupos;
·
A
vivência de situações de sucesso e superação de situações de frustração;
·
Melhorar
as condições organofuncionais (aparelhos circulatório, respiratório, digestório,
reprodutor e excretor);
·
Melhorar
a força e resistência muscular global;
·
Melhorar
a velocidade;
·
Aprimorar
a coordenação motora global e ritmo;
·
Melhorar o equilíbrio estático e dinâmico;
·
Promover
e encorajar o movimento;
·
Prevenir
deficiências secundárias;
·
Manter
ou promover saúde e condição física;
·
Desenvolver habilidades motoras e funcionais
para melhor realização das atividades de vida diária.
O Comitê Paralímpico
Internacional(IPC) reconhece cinco
categorias de deficiência para a participação em suas competições:
1-paralisados cerebrais;
2-deficientes visuais;
3-atletas em cadeira de rodas;
4-amputados;
5-les autres.
A equipe de classificação pode ser composta por três profissionais da área de
saúde: médico, professor de Educação
Física e fisioterapeuta . A classificação é realizada em três estágios: médico,
funcional e técnico.
Avaliação Médica
É realizada através de um
exame físico para diagnosticar exatamente a patologia do atleta, bem como sua
inabilidade que afeta a função muscular necessária para um determinado
movimento. As informações são descritas em fichas apropriadas e arquivadas no
banco de dados.
Avaliação Funcional
Realizada através de testes de força muscular, amplitude de movimento
articular, mensuração de membros, coordenação motora, evidenciando os resíduos
musculares utilizados para a performance na prova.
Avaliação Técnica
Consiste na demonstração da prova realizada utilizando as adaptações
necessárias. São observados os grupos musculares na realização do movimento,
técnica utilizada, prótese e órtese utilizada.
Durante a competição, os classificadores poderão continuar observando os
atletas. O objetivo é analisar todos os aspectos possíveis. O classificador
poderá monitorar uma classificação durante vários eventos.
CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL:
Atletismo:
As provas podem ser disputadas
por atletas com qualquer tipo de deficiência em categorias masculina e
feminina. Os atletas são divididos por classes de acordo com o seu grau de
deficiência, que competem entre si nas provas de pistas, campo, pentatlo e maratona.
Para provas de campo - arremesso, lançamentos e saltos
F – Field (campo)
• F11 a F13 – deficientes visuais
• F20 – deficientes mentais
• F31 a F38 – paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e
35 a 38 - ambulantes)
• F40 - anões
• F41 a F46 – amputados e Les autres
• F51 a F58 – Competem em cadeiras (sequelas de Polimielite,
lesões medulares e amputações)Para provas de pista - corridas de velocidade e
fundo
T – track (pista)
• T11 a T13 – deficientes visuais
• T20 – deficientes mentais
• T31 a T38 – paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e
35 a 38 - ambulantes)
• T41 a T46 – amputados e les autres
• T51 a T54 – Competem em cadeiras (seqüelas de Polimielite,
lesões medulares e amputações)
Tênis de mesa:
Deficientes físicos como o
lesado cerebral, lesado medular, amputados ou portador de qualquer tipo de
deficiência física pode participar desta modalidade esportiva, onde as provas
são realizadas em pé ou sentado. As provas podem ser realizadas em duplas e
individuais, sendo a classificação de acordo com o nível de deficiência. As
regras sofrem poucas modificações, em relação ao tênis de mesa convencional.
Os atletas são divididos em
onze classes distintas. Quanto maior o número da classe, menor é o
comprometimento físico-motor do atleta. A classificação é realizada a partir da
mensuração do alcance de movimentos de cada atleta, sua força muscular,
restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de
segurar a raquete.
• TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5 – atletas cadeirantes
• TT6, TT7, TT8, TT9, TT10 – atletas andantes
• TT11 - atletas andantes com deficiência mental
Voleibol:
Praticado por atletas lesados
medulares que participam de voleibol sentado e os amputados, que participam
desta modalidade em pé .
O sistema de classificação
funcional do voleibol é dividido, portanto, entre amputados e les autres. Para
amputados, são nove classes básicas baseadas nos seguintes códigos:
AK - Acima ou através da articulação do joelho (above knee)
BK - Abaixo do joelho, mas através ou acima da articulação tálus-calcanear
(below knee)
AE - Acima ou através da articulação do cotovelo (above elbow)
BE - Abaixo do cotovelo, mas através ou acima da articulação do pulso (below
elbow)
Código básico de classificação para
amputados:
• Classe A1 = Duplo AK
• Classe A2 = AK Simples
• Classe A3 = Duplo BK
• Classe A4 = BK Simples
• Classe A5 = Duplo AE
• Classe A6 = AE Simples
• Classe A7 = Duplo BE
• Classe A8 = BE Simples
• Classe A9 = Amputações combinadas de membros inferiores e
superiores.
Bocha:
Adaptada para paralisados
cerebrais severos. O objetivo do jogo consiste em lançar as bolas o mais perto
possível da bola branca. Os jogadores podem ser classificados em quatro
classes:
• BC1: Tanto
para arremessadores CP1 como para jogadores CP2. Atletas podem competir com o
auxílio de ajudantes, que devem permanecer fora da área de jogo do atleta. O
assistente pode apenas estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a
bola a pedido.
• BC2: Para todos os arremessadores CP2. Os jogadores não
podem receber assistência.
• BC3: Para jogadores com deficiências muito severas. Os
jogadores usam um dispositivo auxiliar e podem ser ajudados por uma pessoa, que
deve permanecer na área de jogo do atleta mas deve se manter de costas para os
juízes e evitar olhar para o jogo.
• BC4: Para jogadores com outras deficiências severas, mas
que não podem receber auxílio.
CP (Paralisia Cerebral).
Futebol:
O atleta portador de paralisia cerebral compete
na modalidade de campo e o atleta amputado compete na modalidade de quadra.
Alterações nas regras como o número de jogadores, largura do gol e da marca do
pênalti estão presente.
Futebol de Cinco :
Em Jogos Paralímpicos, esta modalidade é exclusivamente praticada por atletas
da classe B1 (cegos totais) que não têm nenhuma percepção luminosa em ambos os
olhos; ou têm percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de
uma mão a qualquer distância ou direção.
Futebol de Sete
Os jogadores são distribuídos em classes de 5 a 8, de acordo com o grau de
comprometimento. Durante a partida, o time deve ter em campo no máximo dois
atletas da classe 8 (menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6. Os
jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor.